Volume 2
Número 2

20 de julho de 2005
 
 * Edição atual    

         Promovendo a Saúde e a Ciência brasileiras

         Comunicação & Saúde entrevistou Ilana Polistchuck, editora da NOTISA, uma agência brasileira de Jornalismo Científico, com atuação destacada na área da Saúde. Na entrevista, ela debateu a experiência brasileira de divulgação em ciência e saúde, analisou a interferência dos interesses comerciais nesse processo, a relação entre jornalistas e pesquisadores e profissionais da área de saúde, entre outros temas relevantes. Vale a pena conferir

Ilana Polistchuck é editora da NOTISA , jornalista formada pela Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro e médica pela Faculdade de Medicina da UFRJ. Ilana é mestre em Comunicação pela ECO - UFRJ. Professora de jornalismo da UFRJ e da UNESA. Editora do site Medcenter Saude (2000 a 2001) A NOTISA (Notícias de Saúde) é uma agência brasileira de jornalismo científico em medicina e demais ciências ligadas à saúde e tem como "objetivo é traduzir a produção científica nacional das áreas exatas, biológicas e humanas".

C & S: Fale-nos um pouco sobre a Notisa (fundação, objetivos, área de atuação, projetos em desenvolvimento etc)

Ilana Polistchuck: O modelo da Notisa não tem nada de original. Eu trabalhava em um portal grande de saúde para leigos e médicos usando a Reutershealth, agência especializada em saúde e vinculada à Agência Reuters (embora independente, norte-americana e não inglesa) e exatamente, a maior área de produção dela está focada na cobertura de documentos científicos norte-americanos e ingleses, principalmente. Mais ainda: grande parte das noticias que são veículadas em nossa imprensa (grande e pequena) sobre pesquisa cientifica em saúde vem da Reutershealth ou da BBC (que por sua vez também usa a norte-americana como fonte, o que explica um agendamento tão uniforme e repetitivo), alem das revistas Nature e Science. Pensei, por que traduzir este material (bom, correto e ético, por sinal)? Por que não partir para outras fontes, principalmente brasileiras e tentar interferir um pouquinho com esta agenda? Quando saí do Portal, eu, um colega de jornalismo gráfico (a Agência Notisa trabalha com ilustração vinculada ao conteúdo), um programador e um outro de setor administrativo resolvemos juntos implementar o trabalho de utilizar documentos científicos à área de apuração tal qual a Reutershealth. Associamos isto ao uso das clássicas fontes vivas, pensando também em produção de impressos e produção de contéudo para portais, já que tinhamos clareza de que notícias não seriam compradas ou encomendadas em curto prazo para a manutenção da Notisa. Nosso trabalho hoje está focado na produção das noticias, na edição dos sites científico e institucional do Hospital Procardíaco (do Rio de Janeiro), na produção de notícias e edição dos sites científicos Medstudents e Odontologia (da Medcenter solutions) e na confecção da revista institucional Acomac (que aliás nada tem de ciência e saúde, é uma revista institucional, fazemos o trabalho corretamente e também obtemos recursos para nossas despesas). Alem disso, na Bienal do Livro, agora em maio, estaremos lançando 1000 exemplares do número zero experimental de uma revista nova, para leigos, sobre saúde e ciência. Outra proposta é a criação de um curso com poucas vagas (em formato de grupo de estudo) de estudos teóricos sobre jornalismo e jornalismo científico para jornalistas e estudantes de jornalismo que estejam trabalhando com jornalismo científico.

C & S: Detalhe o processo de produção e distribuição das notícias da Agência ( definição das pautas, definição das fontes , a quem as matérias são encaminhadas e as formas de aproveitamento)

Ilana Polistchuck: Então: temos , em função de uma produtividade específica do modelo fabril jornalístico (deadline), uma organização com prazos de apuração e confecção de noticias a partir de 1- documentos científicos principalmente nacionais (mas internacionais também), 2 pesquisadores que são escolhidos não só por conhecimento pessoal, mas principalmente por investigação nossa acerca de linhas e setores de pequisa e 3-cobertura de eventos científicos, especificamente do conteúdo, inicialmente no Rio de Janeiro, devido aos custos. Enviamos, diariamente, para cerca de 6000 veículos entre jornalísticos e de saúde, por email , uma noticia que pode ser utilizada com crédito, exceto sábados, domingos e feriados, ou todo o material que apuramos quando estamos em eventos, inclusive no final de semana. Os sites sob nossa responsabilidade são atulizados diariamente, produzimos newsletters semanais para os mesmos para suas malas específicas de usuários cadastrados e a revista Acomac é bimestral. A nova revista, em fase de lançamento, deverá inicialmente ter periodicidade bimestral, mas o lançamento do número 1 depende de sua comercialização.

C &S: Baseada na sua experiência pessoal e da Notisa, quais são os principais desafios ao Jornalismo em Saúde e ao Jornalismo Científico, em geral,no Brasil?

Ilana Polistchuck: Penso que a questão focal seja retomar o conceito clássico de jornalismo como instrumento de cidadania no que diz respeito à relação entre os componentes das sociedades, ao interesse público, à isenção e à verdade (sua função social), sem fórmulas fantásticas. O jornalismo científico - que ao mesmo tempo noticia ciência e usa produção científica para balizar determinados fatos - e o jornalismo em saúde são áreas de trabalho específicas até porque a segmentação em áreas de cobertura é uma possibilidade estratégica de melhora e capacitação profissional. Agora, considerar que existem vários jornalismos - cívico, de vanguarda, de Terceiro Setor, privado, público, publicitário (imaginem!), comunitário etc - e que eles se definem independentemente como processos - é uma armadilha, na verdade uma arapuca que exatamente nos afasta da reflexão da função social (e não responsabilidade social) específica do jornalismo.

C & S: Como neutralizar , neste processo de divulgação, a natural interferência de interesses comerciais localizados na chamada indústria da saúde? Como compatibilizar o interesse público com os compromissos das fontes?

Ilana Polistchuck: É complicado, do ponto de vista das rotinas produtivas. Não tenho nada contra os mecanismos de organizações não jornalísticas (grandes, pequenas, pessoais até) que buscam o agendamento nos espaços jornalísticos através de estratégias mesmo de comunicação ; são genuínos, fazem parte dos processos de busca de visibilidade que marca as três últimas décadas do século 20. Agora, as mensagens podem ser complicadas, ambivalentes, por vezes até perversas ou mesmo incompetentes. Escolher qual dessas mensagens se constitui em conteúdo que pode ser transformado em notícia é um problema sim, que exige técnica jornalística.( Observe em anexo , no final da entrevista, um release - e meu comentário sobre o mesmo - que recebi ontem: retiro a fonte por motivos óbvios de proteção profissional ao colega que emitiu tal release, até pelo fato de imaginar uma postura acrítica e pouco reflexiva por parte dele)

Agora, antes de se estabelecer treinamento neste sentido, penso que a resposta neutralizadora (gostei do termo) seja exatamente buscar a reportagem (entendida como sinônimo de apuração ou investigação) autônoma. Neste sentido, há que buscar as fontes de forma independente e definir que o trabalho com "aquilo que chega" já previamente escolhido (e escrito) por um gestor de comunicação deve ficar, a princípio, realmente de lado. Pautas e fontes escolhidas de forma independente, seja um documento científico (no caso do jornlaismo científico), uma pessoa, uma instituição etc já implicam uma reflexão prévia vinculada ao interesse público. A armadilha discursiva corrente de que este método é caro, deve ser feito apenas em grandes empresas privadas de mídia nada mais é que um exercício lastimável de competição de mercado. Na Uerj também sou editora da agência de notícias científicas do Departamento de Jornalismo da Faculdade de Comunicação (sou cedida pelo Ministério da Saúde) e funcionamos independente da assessoria de comunicação; embora nossa área de apuração seja a produção científica da própria Universidade. Exatamente por estarmos desvinuclados dos interesses específicos de divulgação de grupos (políticos ou não), os estudantes de jornalismo enfrentam as vicissitudes normais e árduas (pesquisadores não muito disponíveis) da investigação para as escolhas independentes. Outra estratégia que considero extremamente simples: estimular a sugestão de pauta por todos de qualquer redação, quebrando a hierarquia extremamente vertical do divisão social do trabalho jornalístico. Pautas centradas em uma pessoa contribuem para um agendamento uniforme. A diversidade de idéias e escolhas , esta sim, é uma resposta para um jornalismo ético. Valoriza o trabalho dos produtores de noticias (em detrimento de grifes pessoais), aumenta a produtividade e investiga corretamente os espaços publicos e políticos de uma determinada comunidade.

C &S: Como avalia o potencial da Internet para o processo de divulgação e de educação para a saúde? A experiência brasileira a esse respeito já é digna de menção ou temos ainda muito a caminhar na qualificação da cobertura na Web?

Ilana Polistchuck: O potencial tanto como instrumento de divulgação quanto de educação (e também do exercício do jornalismo) me parece muito grande, até pela especificidade deste tipo de meio eletrônico que estimula a cognição, resgata o texto e barateia a pesquisa. Entretanto, ele precisa ser visto como mais uma possibilidade (diferente) e não como uma substituição (ou convergência) do impresso ou dos outros meios eletrônicos como rádio, tv e cinema. A (infelizmente vulgarizada) questão do acesso também é grave: historicamente os meios de extensão de comunicação são sempre (lembrem-se do rádio, antes do transistor), em sua gênese, incessíveis aos excluídos da riqueza já que sua distribuição se regula pelo mercado. Com relação à cobertura da área de saúde - produção científica, ofertas assistenciais, etc, - me parece (é uma avaliação empirica) que há, por um lado, uma organização maior de grupos específicos que estão vinculados à organização de terceiro setor e que se veiculam com mais estrutura até por estarem financiados de alguma forma pela prática da responsabilidade social pelo capital organizado tipo - nefropatas, hipertensos, transplantados, pessoas especiais, culturas, etnias; por outro, sites que tratam questões agendadas como nutrição e "beleza" como artefatos de estratégias de venda. As faculdades formadoras de profissionais de saúde, as sociedades científicas (e suas publicações periódicas), os hospitais privados e públicos, as secretarias de saúde, as fundações e os institutos de pesquisa lutam ainda com dificuldades financeiras e de desconhecimento do uso do profissional de jornalismo para implementar sua visibilidade (fica aqui a sugestão) e com isso fornecer conteúdo de qualidade sobre saúde, diferente da propaganda institucional. Vamos, como exercício, comparar o www.paho.org e sua versão em espanhol http://www.paho.org/default_spa.htm com o www.opas.org.br (sites da Organização Pan-americana de Saúde da OMS) e identificar a diferença da oferta de conteúdo: o site brasileiro é insuficiente e defasado, em comparação aos outros. Mas temos bons trabalhos setorizados sim como o portal do INCA, da Fiocruz, áreas do site do Ministério da Saúde, a rede Scielo, o portais do CNPq e Capes, Sociedade Brasileira de Cardiologia, também a de Patologia Clínica e vários outros que, sabemos, exigem tarefas extremamente árduas para se efetivarem e se atualizarem. A profissionalização da produção de conteúdo é um caminho importante e não tem nada a ver com qualquer tipo de perda de liberdade de expressão ou de democratização do conhecimento, muito pelo contrário. Revistas científicas internacionais têm seu editor científico e seu profissional de jornalismo para organizar conteúdo. São caríssimas, vendem suas separatas por fortunas e seu acesso on line é também custoso.

C & S: Como avalia a cobertura de saúde realizada pela imprensa brasileira? Quais os principais equívocos e virtudes desta cobertura?

Ilana Polistchuck: Normalmente, não gosto de homogeneizar até porque os veículos jornalísticos são diferentes, envolvem grande e pequena imprensa, estão destribuídos pelos quatro meios de difusão, e, por vezes, abrigam monopólios que são organizações muito complexas para avaliações éticas e de qualidade. Acho legal avaliar produtos, parte de produtos - no mesmo grande impresso, por exemplo, você encontra matérias vinculadas a anunciantes, matérias resultantes de uma competente investigação jornalística, matéria agendada por bombardeamento de releases de produtos políticos ou vendáveis e vai por aí afora. Mas, de forma reducionista, embora a cobertura em saúde (e em ciência) represente a cobertura jornalítica em geral, ela tem peculiaridades muito negativas que basicamente estão ligadas de forma massiva a apelos de mercados (venda de remédios, planos de saúde, mercado de alimentos, exames (perigosamente) complementares, tratamentos (perigosamente) "alternativos" e "milagreiros"), disputas políticas de poder , celebrização de pesquisadores específicos e , muito grave, agendamento quase que exclusivo da produção científica internacional. A cobertura das políticas de saúde é ainda bastante complicada, quase inexistente. Trabalhamos com as "vozes oficiais" sem a historiografia dos processos. Talvez um bom trabalho seja avaliar a cobertura jornalística da intitulada "crise da saúde" do Rio de Janeiro. Por outro lado, penso que há uma intensa produção de material de jornalismo científico e saúde que responde adequadamente a estas intempéries.Por exemplo, um veículo bastante interessante no uso que faz da produção científica brasileira, mesmo que priorizando eixo Rio-São Paulo (não importa) é a Rádio CBN do Sistema Globo de Rádio. Também existe intensa veiculação de informes competentes nos impressos (revistas leigas de todos os tipos e para todos os públicos e jornais - de grande e pequena imprensa), telejornais, radiojornalis, web etc. Há muita gente competente trabalhando assim como gente incompetente. Há reflexão na escolha e há, ao mesmo tempo, a repetição de escolhas prévias, a revenda de produtos e a inscrição até de uma lógica discursiva de dominação ideológica.

C & S: Como analisa a relação atual entre os jornalistas e os pesquisadores/docentes na área de saúde? Ela repete a tradicional incompreensão ou conflito entre cientistas e jornalistas ou tem caminhado para uma parceria saudável?

Ilana Polistchuck: Esta resposta está vinculada à anterior. Este conflito existe sim e as formas de lidar com isto são explicativas talvez de sua origem. Primeiro, penso que a diversificação na busca das fontes pode neutralizar este conflito. Há uma intensa produção científica no Brasil , principalmete abrigada pelos setores de pós gradução stricto sensu e cabe aos jornalistas do setor (científico) descobrir estas fontes, dando visiblidade a esta produção. O jornalismo científico precisa se esforçar para focar menos nos cientístas e mais na ciência, que é patrimônio público e, portanto, exige vigilância e comunicação jornalísticas. O jornalismo precisa manter um afastamento técnico de suas fontes para que esta parceria não resulte em publicidade de pesquisadores em detrimento da contribuição que aquelas pesquisas oferecem para as problemáticas conjunturais ou para o conhecimento público. Quem trabalha comigo não pode usar textos tipo "os renomados fulano de tal e etc", "o mais importante centro de pesquisa" e vai por aí afora. Parece besteira, mas dar voz e não qualificar não é uma "bondade" ´do jornalista, é uma obrigação. Em síntese, a diversificação diminui a dependência e, portanto, o conflito.

Em segundo lugar, o esforço na melhora da qualidade da comunicação, tão questionado pelos cientistas e técnicos pode também ser uma resposta. Mas é preciso que se tenha noção de que esta reação não é universal, depende das culturas - a experiência, até on line , por vezes, com alguns pesquisadores de outras nacionalidades mostra isto. Se nem sempre o jornalista é cuidadoso com a perfeita (será possível isso?) emissão dos conteúdos ofertados pelo cientista, por outro lado, nem sempre este último relaxa ao ver sua obra divulgada de forma leiga. É preciso , principalmente nos espaços de pesquisa mantidos pelos dinheiros do povo, que o cientista perceba que a obra não lhe é exclusiva. Autoria é diferente de uso de resultados e a discussão da agenda científica por parte de não cientistas só se dá através do acesso a este conhecimento. Esta resistência por parte do pesquisador não envolve apenas zelo: envolve também áreas de poder, de negócios e de política.

C & S: A seu ver, a Academia (em particular as escolas de Jornalismo e de Comunicação em geral e de Medicina/Enfermagem etc) tem contribuído para o aumento da massa crítica na área da comunicação em saúde?

Ilana Polistchuck: Penso que sim, pois embora compreenda que para o desempenho do jornalismo as competências possam ser as mais diversas, sou bastante normativa no que diz respeito à formação. O ensino formal é recente, do século 18, e sua organização é uma conseqüência mais ou menos óbiva da forma como se organiza a sociedade. Valorizo o espaço reflexivo dentro da Academia, valorizo a saída desta reflexão para a área de trabalho (todos os meus livros acadêmicos sobre comunicação e jornalismo estão na Notisa para que possam ser consultados por quem está lá trabalhando), acho uma bobagem rançosa (serve a quê?) esta desvalorização de quem só está na Academia ou quem só está no tal Mercado, e, finalmente, considero um caminho legítimo (muito difícl) a interrelação entre as escolas de comunicação (ou jornalismo) e as escolas das disciplinas específicas a serem "cobertas", como medicina, enfermagem, nutrição ou psicologia. Não é fácil. Fiquei exultante pois uma determinada faculdade da Uerj solicitou uma estagiária de jornalismo para elaborar seu boletim. Entretanto, não consegui que tal estagiária ficasse sob a supervisão da agência de noticias científicas, não consegui nem mesmo ter uma reunião em conjunto, fui avisada que não precisavam de interferência De qualquer forma, solicitaram alguém do jornalismo, já é um começo.

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Release recebido por email na Notisa em 3 de maio de 2005

Sugestão de Pauta - Dia das mães
Prezado (a) jornalista,

O câncer de mama representa a principal causa de morte por câncer nas mulheres brasileiras desde 1980. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, em 2005, o número de casos novos de câncer de mama esperados é de 49.470, com um risco estimado de 53 casos a cada 100 mil mulheres.

O diagnóstico precoce e as novas técnicas de tratamento visando melhorar a sobrevida das pacientes têm sido o alvo dos atuais avanços tecnológicos, nas quais se inclui o BreastCare. Ele detecta anormalidades na mama em apenas 15 minutos e o diagnóstico é baseado na temperatura emitida pelo corpo da paciente através de uma tabela de pontos. O uso deste dispositivo foi aprovado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que, inicialmente sugeriu o uso em regiões que não possuem mamógrafos, testando grandes populações de mulheres ssintomáticas.
Sugerimos entrevista com o mastologista e pesquisador da Fiocruz, Dr. Roberto Vieira, que coordena um estudo em convênio com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), que avalia a precisão do dispositivo.

O press-release completo segue abaixo.

Caso tenha dúvidas ou precise mais informações queira, por favor, entrar em contato (telefone no final da mensagem).

Atenciosamente,

BreastCare detecta câncer de mama em apenas 15 minutos

Aprovado pela Anvisa, FDA (Food and Drugs Administration) e outros Órgãos de Saúde da Comunidade Européia, o dispositivo possui vantagens de custo e praticidade e auxilia na detecção precoce do câncer de mama.

O câncer de mama representa a principal causa de morte por câncer nas mulheres brasileiras desde 1980. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, em 1979, a taxa bruta de mortalidade era de 5,77 para 100.000 mulheres; em 1999, foram registradas 8.104 mortes decorrentes deste tipo de câncer; em 2003, foram diagnosticados 41.610 novos casos de câncer de mama com 9.335 óbitos. Já em 2005, o número de casos novos de câncer de mama esperados para o Brasil é de 49.470, com um risco estimado de 53 casos a cada 100 mil mulheres.

O diagnóstico precoce e as novas técnicas de tratamento visando melhorar a sobrevida das pacientes, têm sido o alvo dos atuais avanços tecnológicos, nas quais se inclui o BreastCare.

Esta nova "ferramenta", fabricada pela empresa norte-americana Scantek Medical, é um dispositivo térmico (termômetro) que mede digitalmente a temperatura interna das mamas. Possui alta sensibilidade, podendo ser utilizado por mulheres de qualquer idade (mesmo as mais novas com tecido mamário muito denso), inclusive mulheres com implante de silicone. Ele detecta anormalidades na mama em apenas 15 minutos e o diagnóstico é baseado na temperatura emitida pelo corpo da paciente através de uma tabela de pontos.

O uso deste dispositivo foi aprovado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que, inicialmente sugeriu o uso em regiões que não possuem mamógrafos, testando grandes populações de mulheres assintomáticas.

O mastologista e pesquisador da Fiocruz, Dr. Roberto Vieira, coordena um estudo em convênio com o INCA (Instituto Nacional do Câncer) que avalia a precisão do dispositivo: "Apesar da análise ainda estar em andamento, já podemos dizer que é válido e recomendar ao Ministério da Saúde e aos municípios a importação", revela. Em comparação aos métodos diagnósticos tradicionais, o custo e a praticidade do dispositivo descartável são as grandes vantagens.

BreastCare funciona como uma espécie de "triagem", isto é, a paciente realiza o teste e, caso o resultado seja positivo, deverá ser encaminhada para uma análise mais detalhada. O Dr. Vieira ressalta que o BreastCare, produzido nos EUA, não substitui a mamografia, mas ajuda no diagnóstico precoce do câncer de mama e pode ser comparado a um teste de gravidez de farmácia. Ou seja, funciona como um indicativo e métodos mais precisos de detecção da doença (mamografia, biópsia ou ressonância magnética) não podem ser descartados.

Segundo avaliação realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, em conjunto com o INCA,o índice de precisão do aparelho, que já é utilizado com sucesso em outros países, gira em torno de 80%. O dispositivo para diagnóstico do câncer de mama é formado por um par de discos com uma almofada feita de um material capaz de isolar o calor. A elevação da temperatura é um dos indícios de proliferação de células cancerosas pelo corpo.

O INCA recomenda que as mulheres entre 50 e 59 anos façam uma mamografia ao ano. "Não existe prevenção, o que existe é detecção precoce", reforça Vieira. "Em 60% dos casos que chegam aos hospitais, o câncer está em estágio avançado, quando as chances de cura são reduzidas ou nulas", completa."

Comentário de Ilana Polistchuck

Embora eu esteja muito acostumada a este tipo de material, fiquei perplexa (e também os outros da Notisa). Será que o tal termômetro é para ser dado como presente do dia das mães? Que uso é esse destas informações, destes profissionais, destas insitiuições (Anvisa, Inca) e do próprio instrumento de exame complementar que, se eficaz, deve provavelmente ser usado nas rotinas médicas de investigação e não como um produto de consumo? Mas não sou fóbica com o bombardeamento de informações, cabe o discernimento e a decodificação destas mensagens, o que exige especialização. Apenas acho lamentável trabalho publicitário vir disfarçado: a publicidade tem seu espaço, sua ética específica e sua estratégia bem definida, não se mistura com o jornalismo.

 

 
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